MATOU DOIS MOTARDS E NÃO VAI PARA A CADEIA

É frequente ouvirmos dizer que as cadeias estão cheias de “bagatelas judiciais”, nomeadamente casos de pessoas que foram apanhadas a conduzir sem carta ou que provocaram acidentes de viação com alguma gravidade. Dizem essas vozes que os tribunais não deveriam ser tão rigorosos na aplicação da lei de modo a que o sistema prisional pudesse contemplar estes casos de modo a não sobrecarregar as prisões, sempre sobrelotadas. No Tribunal de Penafiel devem ter escutado estes apelos.

O Tribunal de Penafiel condenou um homem de 27 anos a quatro anos e sete meses de pena suspensa por ter matado dois homens e ferido outro com gravidade num acidente em abril de 2019. Além disso, está proibido de conduzir por 16 meses. As famílias das vítimas queriam mais. O sobrevivente desse acidente queria mais. O homem conduzia embriagado a 102 quilómetros por hora, numa via onde a velocidade máxima é 50.

O acidente causou três vítimas, duas morreram e um terceiro ficou em estado grave. Eram três motards que realizavam um passeio de fim-de-semana, quando Pedro Magalhães saiu de uma curva fora-de-mão e os “passou a ferro”. Chamada a GNR, o teste de alcoolémia foi elucidativo.

O tribunal alegou que o Magalhães não tinha antecedentes criminais, era jovem e  pediu desculpa. Pelos vistos, é o suficiente, para alguém que matou duas pessoas e provocou graves ferimentos numa outra, se livrar da cadeia. O réu foi apenas condenado a pena suspensa, uma multa de 5 mil euros, inibição e conduzir durante uns meses.

Os que morreram e o que ficou com sequelas para a vida, também eram bons rapazes, igualmente jovens e nunca antes tinham tido problemas com a justiça. Mas foram eles os mais castigados.

Fonte duas linhas...

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