Motoristas não conseguem fazer descanso
"Não conseguem fazer qualquer descanso". Motoristas queixam-se da falta de condições no Polo Universitário do Porto
Os sindicatos dos transportes do Norte referem que os autocarros do Polo Universitário "estacionam em espinha, não cabem lá, os outros são obrigados a estacionar nas traseiras".
Os motoristas que servem o terminal de autocarros do Polo Universitário, no Porto, queixam-se de falta de condições no parque de estacionamento das viaturas
Os motoristas que servem o terminal de autocarros do Polo Universitário, no Porto, queixam-se de falta de condições no parque de estacionamento das viaturas, quase um mês depois da mudança de paragens, disse à Lusa um responsável sindical.
“Os motoristas continuam na mesma sem quaisquer condições, aquilo tem lugar para cerca de 40 autocarros, por vezes estão lá perto de 60”, disse à Lusa o coordenador do Sindicato dos Transportes Rodoviarios Urbanos do Norte (STRUN), José Manuel Silva, sobre o parque de estacionamento na Rua Manuel Pacheco de Miranda, junto à estação de metro do Polo Universitário.
De acordo com o sindicalista, “os autocarros estacionam em espinha, não cabem lá, os outros são obrigados a estacionar nas traseiras, o que não deixa sair os que lá estão estacionados”.
Além disso, José Manuel Silva denuncia que os motoristas têm de estar sempre nos autocarros devido às manobras e “não fazem qualquer descanso, o que não é permitido por lei”, já que “os descansos têm que ser feitos fora do autocarro”.
O sindicalista queixa-se ainda da falta de casas de banho, o que faz com que os motoristas urinem para terrenos adjacentes, falando num “cheiro insuportável”.
Em causa está a mudança de terminais de autocarro na cidade, implementada pela Câmara Municipal do Porto a 1 de junho, que centralizou as paragens das carreiras nos terminais das Camélias e Asprela (com polos no Polo Universitário e no Hospital São João) e as retirou do centro da cidade.
Segundo José Manuel Silva, o terminal construído em cima da estação de metro do Polo Universitário ainda não abriu, algo confirmado pela Lusa no local e pela autarquia. Em resposta a questões da Lusa, a Câmara do Porto refere que “a abertura do edifício está prevista para o próximo mês”, já que “os trabalhos de acabamento do edifício tiveram alguns constrangimentos e estarão concluídos na próxima semana”.
“Apenas após isso o concessionário dos espaços [STCP Serviços] poderá equipá-los devidamente e abrir”, completa a autarquia, acrescentando, quando questionada sobre se o edifício terá valências para motoristas, que o terminal “é composto por sala de espera, armazenamento e despacho, cafetaria e sanitários que podem ser utilizados por passageiros e motoristas”.
Quanto à questão dos estacionamentos na Rua Manuel Pacheco de Miranda, a Câmara do Porto refere que “será criada uma bolsa de estacionamento” no local “para que os autocarros possam realizar tempo de suporte”.
“O acesso à bolsa de estacionamento será efetuada com controlo de acessos somente a veículos autorizados”, refere, acrescentando a autarquia liderada por Rui Moreira que “já implementou a devida sinalização vertical e horizontal no espaço”, mas a “vedação do espaço só será efetuada após a aprovação da alteração ao Regulamento Municipal dos Terminais Rodoviários e Interfaces”.
Questionada sobre se naquele local em específico haverá a instalação de valências como casa de banho, micro-ondas ou outras estruturas de apoio aos motoristas, a autarquia refere que “está prevista a existência de uma cafeteria”.