Corte na A23 provoca o caos com camiões em Tancos (v/video)
O corte na Autoestrada 23 (A23) no sentido Torres Novas–Abrantes, entre os nós de Atalaia e Constância Oeste originou graves constrangimentos rodoviários esta segunda-feira, dia 24 de outubro, na Nacional 3, na zona de Tancos (concelho de Vila Nova da Barquinha), como foi comprovado pelo mediotejo.net no local, com esperas superiores a 40 minutos. Este corte surgiu “como medida preventiva de segurança”, e foi implantado no sábado, prolongando-se o mesmo até dia 28, anunciou a Infraestruturas de Portugal (IP).
“Caótico”. Numa palavra, foi assim que muitos automobilistas descreveram ao mediotejo.net o anormal fluxo de trânsito e os constrangimentos sentidos na freguesia de Tancos. Junto à linha do comboio, a estrada fica mais estreita e torna inviável o cruzamento entre pesados, o que obrigou a longos períodos de espera para poder circular-se ora num sentido, ora noutro, tendo sido relatados ao nosso jornal paragens de 40 minutos.
Guilhermino Pedro, da zona de Abrantes e que trabalha em Torres Novas foi um desses automobilistas, que todos os dias usa a A23 e que foi agora obrigado a usar a Nacional 3, passando muito tempo na fila, o que o levou seriamente a duvidar se conseguiria chegar a tempo da consulta que tinha marcada em Torres Novas às 16h30. Na sua opinião, a A23 devia ter sido dividida no sentido Abrantes-Torres Novas (sentido que não se encontra encerrado), o que permitiria o fluxo de trânsito nos dois sentidos.
Fernando Freire, presidente do município de Vila Nova da Barquinha que já tinha avisado que o desvio do trânsito iria implicar um aumento previsível de 30 mil viaturas por dia dentro das localidades, explicou que a solução passa objetivamente por uma “intervenção na segunda faixa de rodagem no sentido Abrantes-Torres Novas, dividi-la ao meio, através da colocação de barreiras físicas de betão, no sentido de colocar uma única faixa até que se possa fazer intervenção de facto naquela que está a sofrer danos”.
Ao nosso jornal, explicou o que estava a ocorrer em Tancos: “O desvio de trânsito da autoestrada, uma situação (…) [que] implica nomeadamente todo o desvio pela estrada nacional 3. A estrada nacional 3 tem aqui alguns constrangimentos em Tancos, nomeadamente pela aproximação da linha de caminho de ferro, que apertou e de sobremaneira a estrada nacional, uma estrada antiga, e na sequência disso, não conseguem passar dois camiões na respetiva faixa de rodagem, na estrada nacional, o que limita e atrasa de sobremaneira toda a mobilidade em termos rodoviários.”
A solução para Tancos apontada por diversas pessoas passava pela utilização de semáforos, sendo que essa “foi a proposta que dei à Infraestruturas de Portugal, a colocação de semáforos, no sentido de passar só um autocarro de cada vez, para limitar eventualmente alguns pontos de confluência entre os dois e que depois limitam a sua mobilidade, é isto que está em causa”, disse ainda Fernando Freire. Os semáforos, no entanto, não estavam colocados no local.
Adail Mendes, habitante do Entroncamento e que disse usar a A23 todos os dias deixou críticas aos condutores e à “falta de civismo”: “Estão a fazer obras na A23, temos de aceitar isto algum tempo. O que não é aceitável é o comportamento dos condutores”, disse o condutor, afirmando que os automobilistas não contemporizavam e avançavam até aos locais mais estreitos ao mesmo tempo que os camiões, o que provocava os estrangulamentos do trânsito.
“Isto é desagradável, mas temos de ser pacientes e respeitar algumas regras”, disse ainda o condutor.
Quando o nosso jornal estava a abandonar o local, o estrangulamento na zona de Tancos já não estava a ocorrer devido à chegada da GNR que passou a controlar o trânsito, permitindo apenas a circulação num sentido, alternadamente.
“Muita calma, estamos em espaço urbano, todo o sentido Barquinha-Praia do Ribatejo é espaço urbano, algum cuidado, nomeadamente na mobilidade, este é um constrangimento que saiu e que vai durar pelo menos uma semana, segundo previsão da Estradas de Portugal, no sentido de tentar evitar os conflitos que já existem de mobilidade e que cada vez são mais complexos”, foi o conselho que Fernando Freire deixou aos automobilistas.
Em comunicado, a IP já havia referido que foi “identificada uma depressão no pavimento ao quilómetro 21,150 da A23, zona de Atalaia”, concelho de Vila Nova da Barquinha, sendo que local onde existe também um gasoduto da REN sob a plataforma rodoviária, pelo que, “como medida preventiva de segurança”, foi decidido implementar até dia 28 de outubro (inclusive) alguns condicionamentos de trânsito entre o nó da Atalaia e o nó de Constância Oeste, no sentido Torres Novas–Abrantes.
Fonte Mediotejo.net