Faltam cada vez mais motoristas para os transportes europeus de mercadorias
Saída de profissionais da Ucrânia, Rússia e Bielorrússia criou mais 166 mil vagas a juntar às mais de 400 mil do fim de 2021
A invasão da Ucrânia pela Rússia agravou o problema da falta de condutores profissionais no mercado do transporte rodoviário de mercadorias europeu, adicionando mais de 166.000 vagas às de 380.000 a 425.000 estimadas no final de 2021.
AS 166.000 novas vagas eram preenchidas por camionistas da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia a trabalhar na Europa que podem ter deixado os seus empregos devido ao conflito, de acordo com os dados fornecidos à Efe pela Associação Internacional de Transportes Rodoviários (Astic) com base no estudo “The European Road Freight Rate Development Benchmark”.
Entre os impactos que foram e serão sentidos depois da invasão da Ucrânia está uma perda adicional de mão-de-obra no sector da logística na Europa, onde a disponibilidade há muito que é um problema, especialmente dos condutores profissionais de veículos pesados, devido a vários factores que tornam esta profissão pouco atractiva.
Estes factores incluem o elevado custo financeiro da entrada na profissão, a dureza física que exige, as condições de trabalho oferecidas, a estagnação dos salários e a falta de reconhecimento social da profissão.
Depois da invasão da Ucrânia em 24 de Fevereiro, a Ucrânia anunciou o estado de emergência militar, que impôs automaticamente a proibição de homens entre os 18 e os 60 anos de deixar o país. Aqueles que estavam no país na altura, incluindo os que trabalhavam como camionistas, não puderam partir, enquanto muitos outros que viviam no estrangeiro regressaram à Ucrânia.
Houve também casos em que, dada a situação, as autorizações de residência ou de trabalho dos motoristas russos e bielorrussos não foram prorrogadas, enquanto alguns empregadores na Europa rescindiram contratos de trabalho com camionistas destes dois países.
Além disso, os motoristas russos e bielorrussos também estão relutantes em conduzir na Europa e estão a regressar aos seus países de origem.
Fonte:Mirante