O governo espanhol publicou um novo regulamento relativo às combinações de 32 metros e 72 toneladas, conhecidas localmente por EMS e geralmente compostas por um tractor e dois semir-eboques. O documento visa uniformizar a circulação destes veículos e impor requisitos técnicos mais específicos, incluindo também um pormenor curioso sobre o motor.
Algumas das disposições da nova regulamentação podem parecer óbvias. Incluem informações sobre a utilização de engates e quintas rodas suficientemente robustos, luzes de advertência laranja (pirilampos) e certos sistemas electrónicos, como a travagem automática de emergência e os sistemas de manutenção na faixa de rodagem.
Existem também regulamentos mais específicos, como os relativos às condições meteorológicas e rodoviárias. Estas incluem a exigência de que os veículos EMS devem sair da estrada o mais rapidamente possível se a visibilidade baixar para menos de 150 metros. Não podem circular após a emissão de avisos meteorológicos oficiais relativos ao vento ou à precipitação. Os veículos carregados devem parar ao sinal vermelho (mais grave) e os conjuntos vazios devem parar ao sinal laranja (moderado). Além disso, não podem ultrapassar em subidas com declives superiores a 4%, em viadutos com mais de 150 metros de comprimento ou em túneis.
E agora, a parte mais interessante: os requisitos do motor.
Os espanhóis abordaram este tema com muito mais rigor do que os finlandeses ou os suecos, esperando claramente que as combinações EMS tivessem um desempenho equivalente ao das configurações padrão de unidade única em terrenos montanhosos. A nova regulamentação exige uma potência mínima de 5 kW (6,8 cv) por tonelada de peso bruto total admissível. Considerando o PBT de 72 toneladas, isto significaria uma potência mínima de 490 cv. No entanto, se o veículo operar em percursos com declives superiores a 5% e com mais de 1 quilómetro de extensão – o que é facilmente atingido em Espanha – o valor deverá aumentar para, pelo menos, 6 kW (8,16 cv) por tonelada. Isto significa, por sua vez, que o tractor de uma combinação de 72 toneladas deve ter pelo menos 588 cv. Isto limita automaticamente a seleção a veículos de apenas quatro marcas, nas versões com os motores mais potentes. Entre eles, o MAN D38 de 15,2 litros, o Mercedes OM 473 de 15,6 litros, o Scania V8 de 16,4 litros e o Volvo D17 de 17,3 litros. Não foram definidos requisitos específicos para a configuração dos eixos dos camiões, exceto que a unidade EMS deve ser capaz de arrancar em piso molhado.
Como curiosidade histórica, os fatores mínimos de conversão de potência por tonelada não são novidade na indústria. Durante décadas, nortearam o desenvolvimento dos camiões, sendo regulados por normas. No entanto, na década de 1980, esta prática perdeu importância, uma vez que as capacidades técnicas superaram as necessidades e surgiu uma forte concorrência entre os fabricantes com base na potência.
Fonte:Novidades Pesadas&Comerciais
