Um grupo de camionistas  do Zimbábue entrou em greve na Europa, denunciando condições de trabalho abusivas e o não pagamento dos salários prometidos. A situação, que começou a 5 de outubro, chamou a atenção após relatos de motoristas que estão a trabalhar sem parar e com dificuldades para sair dos seus veículos durante os períodos de descanso obrigatórios.

Os motoristas, subcontratados pela Global Transport Slovakia, uma empresa ligada ao grupo alemão Hegelmann, afirmam ter sido enganados por promessas de melhores condições de vida. Em vez disso, enfrentam uma dura realidade, com salários de apenas 25 a 50 euros por dia, além da cobrança de taxas e custos com portagens.

Recentemente, um motorista ficou preso num estacionamento na A3, perto de Würzburg, exigindo o pagamento de salários em atraso antes de continuar a sua jornada. A situação gerou uma pequena confusão, quando homens tentaram retirar o camião à força. Após chamar a polícia, os sequestradores foram detidos.

Com o aumento do descontentamento, outros motoristas em greve também relataram ataques e roubo de cartões de combustível, deixando-os vulneráveis e sem recursos. Os sindicatos Verdi e RTTD apoiam as reivindicações dos motoristas, enquanto a Global Transport nega qualquer irregularidade.

A situação levanta questões sérias sobre a exploração de trabalhadores migrantes e destaca a necessidade de um controle mais rigoroso sobre as condições sociais, permissões de trabalho e os períodos de condução e descanso. As autoridades e empresas que se beneficiam de mão-de-obra estrangeira devem ser responsabilizadas por garantir que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados.