Guimarães testa corte de trânsito nas ruas do centro
Com vista a avaliar o impacto dos projetos do Município para encerramento aos carros na parte norte da alameda São Dâmaso, na área nascente do largo do Toural, na rua de Santo António e na avenida D. João IV, estas zonas vão estar interditas ao trânsito de quinta-feira até domingo.
O acesso vai ser permitido apenas aos residentes, transportes públicos e serviços essenciais. A Associação do Comércio Tradicional (ACTG) foi sempre contra estas medidas, entre outras razões, pela falta de estacionamento de proximidade. O Município tem o compromisso com a União Europeia de atingir a neutralidade carbónica em 2030.
De acordo com a Câmara Municipal, “este teste, mais que uma experiência técnica, constitui um marco na transição para um modelo de mobilidade mais sustentável, centrado nas pessoas”. Além das interdições de circulação de automóveis vão ser feitas algumas alterações na forma como é feita a circulação em algumas artérias, entre as quais a inversão do sentido da marcha na rua da Caldeiroa e a circulação em sentido único de oeste para leste, na parte sul da alameda de São Dâmaso.
O presidente da Câmara, Domingos Bragança, tinha revelado vontade de encerrar ao trânsito automóvel a parte norte da alameda de São Dâmaso, a zona superior do Toural e a rua de Santo António, até ao final de 2023. Em novembro do ano passado, juntou-se a este desígnio o projeto para a avenida D. João IV, que liga o largo República do Brasil à estação de caminho-de-ferro. Neste caso, o objetivo é reduzir a largura da faixa de rodagem, nivelá-la com o passeio, reduzir a velocidade máxima a 30 quilómetros por hora e torná-la numa via partilhada entre peões, ciclistas e automobilistas.
Contra estas propostas, tem-se manifestado a ACTG, que se queixa da falta de estacionamento de proximidade. A presidente desta associação de comerciantes, Cristina Faria, disse, a propósito destas medidas, que Domingos Bragança, que está no seu último mandato, pode vir a ser lembrado como “o homem que causou a morte do comércio na cidade”.
Compromisso zero carbono
Guimarães, juntamente com mais 53 cidades, faz parte do projeto europeu NetZeroCities para testar novas formas de descarbonização. O projeto reúne, num consórcio, 33 parceiros europeus que apoiam, através da plataforma “EU Cities Mission”, várias cidades europeias na redução das suas emissões de gases com efeito de estufa. O objetivo é acelerar a transição energética para que estas cidades atinjam a neutralidade carbónica em 2030.
Fonte: Jornal de Notícias