ASAE fiscaliza transporte de uvas para garantir a “genuinidade dos vinhos”

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) levou a cabo mais uma ação de fiscalização na Região Demarcada dos Vinhos Verdes. O objetivo é garantir a identidade e a circulação legal do produto nas diversas regiões. Já foram fisacalizados 600 operadores e registadas 19 irregularidades.

O aparato na Rotunda Nova de S. Mamede de Recesinhos, em Penafiel, já não surpreende Mário Mendes que foi um dos operadores fiscalizados na operação STOP. O camionista transportava vinho de mesa espanhol numa cisterna de produtos alimentares líquidos. “Tudo dentro da normalidade, é um controlo de rotina”, avançou ao JN. Esta época, a ASAE já fiscalizou 600 operadores e registou 19 irregularidades. Todas as ocorrências estavam relacionadas com a documentação apresentada pelos produtores e não colocavam em causa a qualidade do produto.

As ações decorrerem em todo o território nacional e vão prolongar-se até ao final das colheitas. “Estamos junto da região dos Vinhos Verdes para verificar e analisar se o produto que é feito nesta região é de qualidade, de região demarcada e que tem uma concorrência leal entre operadores económicos. Garantir que não há produto a entrar de outras regiões e que a lei é respeitada, sobretudo nesta fase da cadeia”, sublinhou o inspetor-geral da ASAE, Luís Filipe Lourenço. 

A fiscalização incide na verificação da documentação dos operadores, nomeadamente sobre declarações de transporte e do tipo de produto que transportam. No terreno, estiveram envolvidos 16 inspetores da ASAE, apoiados pela Guarda Nacional Republicana (GNR) e pela Comissão Vitivinícola do Vinho Verde. 

Dora Simões, presidente da Direção da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, realçou que o objetivo da operação é garantir que os produtos que compõem o vinho são produzidos na região. “É pela garantia de qualidade que todas as análises, todas as verificações e fiscalizações são feitas. E são realizadas num quadro de garantia da qualidade e da genuinidade dos vinhos que estão a ser vendidos pelos produtores desta região”, sublinhou. 

A dirigente notou ainda que este tipo de ações são realizadas durante todo o ano. Desde do registo das vinhas pouco produtivas ou abandonadas até ao engarrafamento do vinho e à atribuição do selo de certificação do produto. 

Já o secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira, que também acompanhou os trabalhos durante a manhã, vincou a importância do produto chegar aos consumidores com qualidade, bem como a necessidade de uma "concorrência saudável" e "um quadro harmonioso e seguro" no setor. 

Exportações para o Brasil estão em alta
À margem da ação de fiscalização, Dora Simões notou que as expectativas da vindima que ainda está a decorrer são altas e realçou o crescimento do vinho verde nos mercados estrangeiros, sobretudo no brasileiro. 

“Este ano a vindima está um pouco atrasada, cerca de cinco dias face àquilo que aconteceu no ano passado. Mas temos temos um indicador de excelente qualidade da uva, como já não se via há muito tempo na região do Vinho Verde”, avançou. 

“O vinho verde tem tido a felicidade de ser uma cor de vinho que está a ter mais procura no mercado que está em retração mundial”, acrescentou, alertando para a diminuição dos consumidores deste produto. 

“Há mercados que continuam com algum crescimento, ainda que mais modesto, como é o caso dos Estados Unidos. A particularidade aqui é da expansão interessante no mercado do Brasil” com um aumento de 30% no primeiro semestre do ano, referiu. 

Também o secretário de Estado da Economia afirmou que o setor deve "olhar para o futuro com confiança e ambição". "O vinho português tem um enorme potencial de crescimento em valor e esse tem que ser sempre a aposta do nosso país. Apostar em produtos de valorização e aumentar o preço de exportação por litro”, finalizou. 

Fonte: Jornal de Notícias
Categoria:Geral

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